O que achei do curta: A paixão de Rita
- Talia Fonseca
- 18 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Na última segunda-feira, 12 de novembro, recebemos na Unidade da PUC Minas São Gabriel algumas figuras ilustres: Dona Rita (a atriz principal do curta) e Renato Sarieddine (psicologo e diretor), para juntos assistimos ao curta A paixão de Rita e bater um bom papo.
E como foi a experiência? Exatamente assim:

A Dona Rita, moradora do bairro São Gabriel,têm 60 anos e um olhar terno como o da minha falecida avó esperando a chegada do restante da família que morava distante, uma figura da qual ninguém conseguiria adivinhar a história. Sem conhecer, talvez dissesse que levava uma vida tranquila cuidando dos netos e dela mesma quando tinha tempo, mas nunca que era uma mãe que ainda passava por situações tão delicadas como as que ela expôs durante o filme.

A Dona Rita de verdade é avô, mas também é mãe de um rapaz que, por conta das drogas ilícitas, acabou sendo preso. A Dona Rita de verdade não tem tanto tempo assim pra cuidar de si mesma e tentar a sorte no amor depois da morte de seu marido. Não, ela se dedica inteiramente à família, ao Evandro - o filho que foi preso - e mais do que nada, a ter esperanças de que um dia todo o sofrimento e humilhação vivenciado nas longas filas para entrar no presídio um dia cheguem ao fim.
E em A paixão de Rita, onde alguns poucos trechos desta caminhada foram documentados, Dona Rita e as situações nos levam do riso ao sentimento de impotência, da extrema raiva por um sistema falho a esperança de que em algum dia as coisas irão melhorar. Esta explosão de sentimentos opostos aflorados durante a exibição me prenderam de maneira tal que mesmo após a passagem dos créditos, todo o meu ser ainda continuava conectado e imerso nas questões suscitadas. Nunca havia parado para pensar sobre a temática tratada no curta, o ponto de vista das mães, mesmo já tendo acompanhado de perto casos similares na família. E, ainda hoje, me vejo refletindo sobre.
Após a exibição, a conversa que tivemos com a Dona Rita e com o Sarieddine, mente por detrás do projeto, fez uma ponte para conhecermos um pouco mais dos acontecimentos ocorridos longe das lentes das câmeras. Foi onde ficamos sabendo sobre como a produção funciona tal qual uma terapia, possibilitando que Rita se afastasse cada vez mais de um possível quadro de depressão, doença que acomete um gigantesco número de pessoas no Brasil e no mundo todo. Ao final, uma mensagem deixada pela Dona Rita: a esperança e a prova de que amor de mãe é maior que tudo.
Quer ouvir um pouco mais?
A Rádio Online da PUC fez a cobertura do evento e disponibilizou em seu site uma faixa de áudio com tudo que rolou no evento. Caso você queira ouvir, é só clicar AQUI .
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